Embora muitas pessoas não deem a atenção necessária a este assunto, a privacidade da internet é coisa séria. Atualmente, inserimos na rede uma infinidade de dados sensíveis sem nos preocuparmos muito. Informações bancárias, cartões de crédito, fotos particulares, senhas e dados pessoais: esses são apenas alguns exemplos.
Grande empresas – como a própria Google – rastreiam e ganham dinheiro com seus dados. Eles disponibilizam seu histórico de pesquisa para que companhias parceiras possam lhe encher de publicidade.
Mas não é só isso: essas empresas dispõe até de informações mais críticas. Isso inclui seu endereço de IP, que pode levar pessoas a inclusive descobrir seu endereço.
Além disso, informações atuais mostraram que a Assistente por voz do Google gravou áudios de usuários de Smartphone Android mesmo quando não era autorizada. E fica pior, uma matéria recente revelou que seus áudios podem ser inclusive enviados para terceiros ouvirem.
Isso sem falar que suas informações podem ser interceptadas por agentes maliciosos. De fato, muitas pessoas são vítimas de furtos de dados que levam a extorsões, roubos de dinheiro e falsificações. Não podemos também nos esquecer dos casos de fotos ou vídeos com informações comprometedoras que caem em mãos erradas.
Esses são apenas alguns fatores que mostram como é importante se preocupar com o assunto. Pensando nisso, separamos 10 cuidados essenciais para você que deseja cuidar da sua privacidade na internet. Vale a pena tirar uns minutinhos para aprender sobre algo tão necessário. Vamos lá!
1 – Não guarde informações privadas em armazenamentos públicos
A popularização do Cloud Computing fez com que muitas pessoas começassem a utilizar a tecnologia diariamente. Afinal de contas, é muito bom poder guardar arquivos na nuvem, sem correr o risco de perdê-los ou ficar ocupando a memória do seu dispositivo.
Entretanto, a nuvem não é o melhor lugar para armazenar dados sensíveis, como senhas, número de documentos, fotos e vídeos particulares e qualquer outra informação importante.
Isso porque, em casos de interceptações, os arquivos não possuem nenhum tipo de criptografia.
Assim, para garantir sua privacidade na internet, não guarde dados privados em aplicativos de armazenamento em nuvem como Dropbox, Google Drive ou Sky Drive.
2 – Cuidado com o conteúdo das suas conversas
A principal recomendação é não encaminhar fotos e vídeos comprometedores pela internet. Isso porque os destinatários podem facilmente divulgar os dados que você mandar, como “nudes“, vídeos privados ou senhas.
No entanto, caso você decida fazer este tipo de envio, a recomendação é não revelar seu rosto nas fotos ou vídeos.
Além disso, procure utilizar aplicativos que tenham foco na privacidade da internet. Evite o Facebook, que não oferece a melhor das proteções e ainda utiliza seus dados para ganhar dinheiro com anúncios. O Whatsapp, com sua criptografia ponta a ponta pode ser considerado bem seguro. Mas o Telegram ainda é a melhor opção, pois oferece o recurso de “Conversas secretas”. Com isso, além da criptografia de ponta a ponta, o destinatário não consegue encaminhar suas mensagens e nem tirar print da sua tela.
Portanto, fique atento ao conteúdo das suas conversas e na qualidade da segurança do seu aplicativo de conversas.
3 – Reserve um tempo para revisar as configurações de privacidade
Se você é usuário de redes sociais como Facebook, Instagram ou Twitter, revise as configurações de privacidade para cada um deles. Dessa maneira, você consegue estipular quem pode ver suas fotos, sua localização e postagens.
O mesmo serve para os aplicativos de celular. Muitos deles possuem acesso à sua localização, voz e até à câmera. Por isso, verifique quais permissões cada um possui e remova todas aquelas desnecessárias ou de aplicativos suspeitos. Isso também pode ser feito nas extensões dos navegadores, visto que muitas vezes deixamos nossas senhas salvas por lá.
Tirar um tempo para revisar as configurações é muito importante para garantir sua segurança e privacidade na internet.
4 – Cuidado ao acessar a internet em redes públicas
Redes públicas, como o Wireless de praças, shoppings ou universidades, são especialmente perigosas. No geral, elas são mais suscetíveis a ataques, especialmente os do tipo Man-in-the-Middle (MIM). Trata-se de uma prática realizada por um criminoso que fica observando a rede a fim de interceptar informações importantes, como senhas e dados bancários.
Por isso, especialistas de segurança recomendam não utilizar redes públicas para fazer compras ou acessar o internet banking. O mesmo vale para enviar mensagens com dados sensíveis.
Do mesmo modo, jamais salve sua senha de qualquer serviço que você esteja acessando em uma wireless aberta ao público.
Acontece que, de maneira geral, os administradores de redes públicas não implementam muitas camadas de segurança – algumas vezes nem mesmo um firewall. Portanto, você deve garantir sua própria segurança para ter privacidade neste tipo de rede.
5 – Crie senhas mais fortes e exclusivas para cada serviço
Você já reparou quantas senhas utilizamos? De fato, cada vez mais criamos logins para diversos serviços que acessamos online, desde redes sociais até serviços financeiros.
O que acontece é que muitas vezes criamos senhas mais simples para ser mais fácil de lembrar, ou usamos a mesma senha em muitos serviços diferentes. Ambas as coisas são prejudiciais: além de ser fácil de interceptar ou quebrar o código, o agente que conseguir roubá-la conseguirá acessar todos os seus serviços.
Dessa forma, existem algumas dicas para criar senhas mais fortes:
- Crie senhas com mais de 10 caracteres em todos os serviços que permitirem;
- Utilize letras maiúsculas e minúsculas, números e caracteres especiais;
- Tenha uma senha exclusiva para cada serviço;
Você deve estar pensando: “mas como eu vou lembrar tantas senhas desse tamanho?” Não se preocupe, você não precisa recordar todas, basta baixar um gerenciador de senhas.
O gerenciador é um software que armazena suas senhas criptografadas para você usar quando precisar. Além disso, ele possui a opção de criar as senhas automaticamente, gerando combinações bem mais fortes. É possível encontrar diversos serviços se você pesquisar, um dos melhores é o Lastpass.
6 – Verifique a reputação do site antes de fazer um cadastro
Não são poucos os sites que pedem cadastro para que possamos fazer acesso hoje em dia. No entanto, saímos colocando nossos dados nos formulários de contato sem antes verificar se eles serão enviados de forma segura e para alguém confiável.
Primeiramente, devemos nos certificar que o site implementa um certificado SSL. Isso pode ser feito verificando se o navegador exibe um cadeado ao lado do endereço do site. Em caso afirmativo, sua conexão com este site é segura.
Inclusive, prefira sites que possuam SSL com validação de entidade (EV). Eles são facilmente identificados por terem o nome da companhia ao lado do cadeado. Clicando ali, você terá acesso às informações da empresa. O SSL EV foi criado com o intuito de oferecer mais confiabilidade ao usuário, pois ele checa se a empresa realmente existe e se as informações são verdadeiras.
Além disso, preencha informações que são realmente necessárias. Sempre fique com um pé atrás com páginas que pedem muitas informações sobre você.
Sempre verifique a reputação do site antes de preencher um cadastro para garantir sua privacidade na internet.
7 – Cuidado com links suspeitos
Uma das técnicas mais utilizadas pelos cyber-criminosos para roubar dados é o “phising”, modo de ataque que consiste em enviar um link malicioso para que a vítima forneça seus dados.
Em suma, funciona assim: a vítima recebe um endereço virtual falso de algum serviço de seu interesse. Em seguida, ela acessa o site que irá pedir informações privadas, como nome, senha, endereço, dados bancários ou de cartão de crédito.
O que faz com que muitas pessoas caiam no golpe é que as informações são disfarçadas. Assim, o site realmente parece de um serviço verdadeiro, como um banco.
De maneira geral, o phishing acontece principalmente por e-mail ou por aplicativos de mensagem. Recentemente, o WhatsApp tem sido o lugar que faz mais vítimas. As pessoas costumam receber mensagens que falam sobre benefícios sociais ou trabalhistas, como o FGTS, ou algum e-mail falso se passando por uma instituição financeira.
Portanto, tome muito cuidado com páginas suspeitas para garantir sua privacidade na internet. Verifique se o link possui o endereço oficial do banco ou instituição. Além disso, faça uma pesquisa na internet para ver se aquela informação é verdadeira antes de clicar. Para isso, se certifique através de sites de informação confiáveis. Essa atitude é muito importante para uma navegação segura.
8 – Garanta a privacidade do seu e-mail e número de telefone
O fato de que você informe seu telefone ou e-mail para se cadastrar em um site não quer dizer que ele precisa ficar visível para todos.
Em lojas virtuais ou serviços bancários, realmente o número de telefone e e-mail pode ser utilizado para informações importantes. Entretanto, quando o assunto são redes sociais e outros sites, as informações são geralmente utilizadas para lhe enviar anúncios e ligações inoportunas.
Além disso, se o banco de dados e o servidor do site não forem seguros o suficiente, suas informações podem ser interceptadas e utilizadas em falsificações.
Assim, se possível, não informe seu telefone ou e-mail. Caso não haja outro jeito, especifique nas opções de privacidade que você não deseja informar estes dados a terceiros. Também não é uma má ideia ter um e-mail “alternativo” apenas para este tipo de cadastro.
Cuidar dos seus canais de contato é essencial para garantir sua privacidade na internet.
9 – Use antivírus e navegador seguro
Utilizar um antivírus – especialmente em sistemas Windows ou Android – é crucial para garantir a segurança e a privacidade das suas informações. Agentes maliciosos estão sempre inovando em busca de novas formas de realizar ataques e interceptações, e ter um bom antivírus pode lhe ajudar a evitar muitas dores de cabeça.
Devemos ter atenção também ao nosso navegador de internet. Soluções populares, com o Chrome, podem ser preocupantes quando o quesito é privacidade. De fato, esse navegador apresentou muitas vulnerabilidades nos últimos anos. Além disso, a Google – dona do navegador – é uma empresa famosa por rastrear os dados e o comportamento dos usuários na internet.
Uma opção interessante é o Opera. Apesar de não ser muito popular, este navegador é bem veloz e compatível com diversas tecnologias. Além disso, ele possui embutido uma VPN grátis e um ad-blocker.
10 – Utilize uma VPN para acessar a internet com privacidade
Uma boa VPN é uma das melhores formas de garantir tanto a privacidade quanto a segurança online. Este software tem a função de construir uma arquitetura privada sobre a rede pública, o que significa que os seus dados não pode ser rastreados ou interceptados.
As melhores VPN possuem protocolos de criptografia muito robusta, que impede que, mesmo em caso de interceptações, a mensagem seja virtualmente impossível de ser decifrada.
Através do tunelamento, a transmissão dos dados possui apenas uma porta de entrada e uma de saída, o que significa que o tráfego fica inteiramente protegido. Além disso, a VPN esconde seu endereço de IP, o que reforça sua privacidade na internet. Isso é possível graças aos servidores VPN espalhados pelo mundo. Com eles, você consegue navegar utilizando o IP de outros países.
A privacidade com uma VPN é tão grande que nem seu próprio provedor de internet consegue bisbilhotar sua atividade. Isso impede que eles façam Bandwidth Throttling, uma prática dos provedores para diminuir a largura de banda de um cliente que esteja utilizando muito streaming ou jogando muito online.
Em suma, utilizar uma VPN é a melhor forma de garantir a privacidade na internet. Com ela, você consegue atender a todos os cuidados deste post.